Depois que lhe mordeu a mão foi abandonado. Ausente ficou; sem domicílio, sem prato. Do amor prometido restou um gemido, a distância fazendo esquecer o que não foi cumprido. Ficou num canto vazio numa noite de frio, a aprender, às custas do sofrer, que os sentimentos também têm suas estações, seus segredos, surpresas e decepções. Querendo entender do desengano e do abandono, enquanto o presente cobrava seus planos não mais necessários. As notas da agenda que marcavam datas a não ser comemoradas de dias que não seriam vividos como esperado. A esperança abandonou o lugar, cansou de esperar. Tornou-se uma confusão de tempos, o passado arrastando a atenção para as memórias, o futuro cobrando as expectativas ilusórias, o presente lembrando a fome pungente da falta inerente daquilo sem o qual a gente deixa de ser gente.
Desistiu de dizer, disse que iria pensar, e no papel a amarelar ficaram as notas daquela música que nunca mais pôde cantar.
F.D.M
12 maio, 2013 at 5:00 PM
Uma pedra atirada em um lago some, mas deixa ondas.
Assim é com nossas atitudes, elas ressoam no tempo. Indo e vindo, sabe-se lá por quanto tempo.
(obs.: felizmente ou infelizmente as pedras não voltam)
Abraços,
Aline Costa
7 setembro, 2013 at 12:14 PM
lindo!
Rachel
18 janeiro, 2020 at 3:05 PM
Você agora é meu escritor favorito.